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Técnica de Propaganda: Racionalização imperativa de ressignificação

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Última atualização: 10 de fevereiro de 2013 – [Índice de Propaganda][Página Principal]

Recentemente, vi a aplicação desta técnica em um debate entre um cristão conservador e um humanista gayzista.

O primeiro dizia que era um absurdo afirmar que os críticos do comportamento gay eram homofóbicos, pois homofobia era aversão e medo de gays, e não apenas críticas ao comportamento gay. Argumentação impecável. O segundo, ao executar esta técnica de propaganda, disse que “o conceito de homofobia já tem um novo significado, e significa apenas a discordância em relação aos gays”.

Em resumo, ele trabalhava com um conceito ressignificado e queria convencer o seu oponente e a patuléia de que seu novo conceito era o “único válido”, definindo, arbitrariamente que “o conceito X já tem um novo significado Y, ao invés do antigo significado Z”, onde Y é o significado anterior e Z o significado novo. Veja que aqui não falamos apenas de uma ressignificação, mas sim de uma ressignificação seguida de uma justificação para a ressignificação, justificação esta que embute em si novos truques.

Para racionalizar o truque, o propagandista geralmente tenta uma falácia, afirmando algo como “No passado ateísmo significava dissidência da religião tradicional, e hoje significa ausência de crença em Deus, portanto conceitos já foram alterados com o tempo, logo você deve aceitar meu novo conceito”.

O problema é que a mudança de um conceito no passado pode ter ocorrido logicamente, de forma justificável e sem uso de falácias e manipulação, enquanto que o novo significado para um antigo conceito, conforme proposto pelo propagandista, pode ser injustificável.

No caso da homofobia, basta avaliar o significado da expressão “fobia”, e ver que não há uma justificação lógica para dizer que um pai que afirma que “criar aranhas como animais de estimação não parece tão adequado quanto criar cachorros e gatos” é um aracnofóbico, só por que está sendo criada no imaginário popular uma cultura de tolerância às aranhas.

Portanto, sempre que vir alguém dizendo que “o conceito X tem um novo significado”, e identificar de forma lógica que não há uma justificativa para o novo significado (assim como não é justificável chamar alguém que discorda da criação de aranhas de aracnofóbico, ou alguém que é contra o casamento gay de homofóbico), use o significado verdadeiro, ao invés do significado “vendido” pelo propagandista. Depois, é só desmascarar, perante a platéia, o propagandista oponente.



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